quarta-feira, 29 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25575: (De) Caras (208): António Baldé, ex-1º cabo , CIM Bolama (1966/69), Pel Caç Nat 56 (São João, 1969/70), e CART 11 (Paunca, 1970/71): "Eu tinha um sonho: ser apicultor no Cantanhez"...





















Guiné- Bissau > s/l > 2024 > O senhor apicultor e formador em apicultura, António Ussumane Baldé, membro da Tabanca Grande, desde 2013...


Fotos: © António Baldé (2024). Todos Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. De há muito que o António Baldé, nosso grão-tabanqueiro, tinha um sonho, ser apicultor.... Acaba de o realizar. (Ao fim de, pelo menos, vinte e tal anos, ou trinta. ) Fiquei muito feliz em sabê-lo. E prometi-lhe que publicava a notícia no blogue. Ele de vez em quando telefona-nos de Bissau, à Alice e a mim. Mandou-me mais de 70 fotos, pelo Whatsapp. Sem legendas.  Selecionei umas tantas. 

O Baldé, como lhe chama a Alice, foi 1º cabo art, CIM Bolama (1966/69), Pel Caç Nat 56 (São João, 1969/70) e  CART 11 (Paunca, 1970/71). 

Recapitulemos a sua história de vida, tal como eu a contei quando foi apresentado à Tabanca Grande em 25 de março de 2013 (*):

(i) António Ussumane Baldé nasceu em  Contuboel, em 1944;

(ii) foi educado, até aos 12 anos, pelo chefe de posto adinistrativo local, o português José Pereira da Silva, ainda vivo em 2013 (morava em Oeiras);

(iii) fez a 4ª classe e isso abriu-lhe outras portas que outros miúdos da sua tabanca não puderam abrir;

(iv) lembrava-se bem da serração do Albano, que ainda existia no meu tempo (junho/julho de 1969, quando Contuboel foi Centro de Instrução Militar, donde saíram, de entre outras, as futuras CART 11 e a CCAÇ 12);

(v) em 1966, foi chamado para a tropa: fez a recruta e a especialidade no CIM de Bolama ficou lá dois anos; promovido a 1º cabo, de artilharia, foi instrutor; lá se formaram diversos Pel Caç Nat;

(vi) em 1969 é transferido para o Pel Caç Nat 56, sediado em S. João, frente a Bolama;

(vii) em 1969 casou-se: será o primeiro de quatro casamentos; teve ou tem 15 filhos, o último dos quais a Alicinha do Cantanhez, filha da nalu Cadi Indjai (1985-2013) (por dua vez, filha de um antigo "combatente da liberdade da Pátria", que perdeu uma perna, na zona do Xiole, ao pisar uma mina dos "tugas"; teve na Alemanha de Leste, em reabilitação);

(viii) desse tempo, e do tempo do Pel Caç Nat 56, lembra-se com saudade dos furriéis Gil e Nuno, que gostaria de voltar a encontrar; não faz ideia do seu paradeiro; em São João esteve em 1969/70; 

(ix) será depois transferido para a CART 11, que estava em Paunca: esteve por lá em 1970/71: o comandante do seu pelotão era o alf mil Matos, que é de Ovar, e com quem ainda hoje convive e fala ao telefone: já foi a um (ou mais) dos convívios da companhia: esteve no destacamento de Sinchã Queuto [que eu só localizo a norte de Bafatá, e a sul de Contuboel, no mapa de Bafatá];

(x) saiu da tropa em finais de 1970 ou princípios de 1971; a mulher tinha ficado em Bolama;

(xi)  assistiu depois à independência; não tem boas memórias de Bambadinca desse tempo (teve de assistir a julgamentos populares selvagens e a execuções sumárias, bárbaras, pelo menos de um polícia administrativo e de um régulo, considerados "inimigos públicos nº 1 do PAIGC"); mas não teve, felizmente para ele,  quaisquer problemas com os novos senhores da Guiné-Bissau...

Ainda antes da independência tinha começado a trabalhar nos serviços agrícolas da província. Fez formação em floricultura, se não me engano. Foi ele e outros estagiários quem fez o jardim do Bairro da Ajuda, em Bissau, no tempo do administrador Guerra Ribeiro. 

Depois da independência começou a trabalhar com o engº agr Carlos Scwharz, no DEPA, na região de Tombali. Tem uma grande admiração pelo Pepito e pelo trabalho dele em prol do desenvolvimento da sua terra. (É cofundador, se não erro, e cooperante da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede no bairro do Quelelé, de que o Pepito  foi diretor executivo atà data da sua morte, em 2014).

No princípio deste século, veio a Portugal fazer um curso de apicultura, que era então (e continua a ser hoje)  a sua grande paixão. Acabou por ficar. Para sobreviver, trabalhou como segurança numa empresa de construção, no concelho de Cascais. Entretanto, obteve a nacionalidade portuguesa. Tinha, em 2013, um filho, de 13 anos, o Umaro Baldé, que vivia com ele e que estava a frequentar o 7º ano de escolaridade obrigatória, em Alfragide, e queria ser  informático (está neste momento em Inglaterra).

Em 2013, quando entrou para a Tabanca Grande estava desempregado. O seu sonho era voltar a Caboxanque onde tem casa, junto ao rio Cumbijã,  e desenvolver o seu projeto de apicultura no Cantanhez. Mas tinha dois filhos pequenos para criar (o Umaru e a Alicinha do Catanhez, que ele e a Alice quiseram trazer para Portugal). 

Muçulmano, ia todas as sextas feiras à mesquita central de Lisboa. Era um bom crente. Era uma homem afável, conhecia meio mundo, e pediu-me para ingressar na Tabanca Grande. Estava interessado sobretudo em partilhar os seus conhecimentos e a sua paixão como apicultor.

Conhecia-o nessa altura, em 2013.  Era o pai, biológico, da Alicinha do Cantanhez, filha da Cadi, a sua quarta mulher.  Ele vivia na zona de Cascais, onde era segurança. A empresa fechou, o Baldé ficou no desemprego. Um advogado, seu amigo, arranjou-lhe casa em Alfragide. Éramos,  pois, vizinhos de 'tabanca'.  Só conhecia a filha de fotografias e vídeos (que o Pepito mandava para a Alice) . Mas era um pai babado. Vivia em Portugal há já cerca de 10 anos. Éramos nós que lhe  dávamos notícias da mãe e da filha. Tinha casa em Caboxanque na margem esquerda do Rio Cumbijã.  Queria que lá fossemos um dia passar férias. Queria votar à sua terra com o diploma de apicultor (**).

A Alicinha e a mãe, nalu,
Cadi Indjai (1985-2013)

Infelizmente, tudo lhe correu mal. Estava a tentar aguentar-se cá 15 anos, fazendo descontos para a Segurança Social e contando com o tempo da tropa.  Nem o tempo de tropa lhe foi descontado nem a Segurança Social lhe garantiu uma pensão de reforma. Por outro lado, a Cadi morreu (em 2013)  e a filhota, a Alicinha do Cantanhez, não conseguiu chegar a Portugal nem perfazer os 5 anos (morreu em 2014). Vi-o chorar convulsivamente quando soubemos e lhe transmitimos a notícia, devastadora para todos. Adorávamos a Cadi e a Alicinha. E o Baldé passou também a fazer parte da família...  

Voltou para Bissau, com os sonhos desfeitos e sem o diploma de apicultor. Sem um tostão, sem a pequena reforma que seria fundamental para a concretização dos seus sonhos e poder alimentar uma família numerosa. 

Os primeiros anos forma difíceis. Em meados de 2019, passava-se fome em Bissau. Telefonou-nos um dia a dizer que estava em Caboxanque a passar mal.  São situações que nos destroçam o coração...  E depois veio a maldita pandemia de Covid-19. De tempos a tempos ia dando notícias. Tem cá uma filha e netos, em Massamá ou no Cacém.

 Finalmente há dias soubemos, por ele,  que as coisas estavam a correr melhor, em Bissau e em Caboxanque, e que para o ano ele ia a fazer a sua primeira grande colheita de mel. Tanto quando dá para perceber pelas fotos que nos enviou, sem legendas, tem o seu negócio, independente... Aos 80 anos (!), continua a perseguir o seu sonho de há muito!..."Com a ajuda do Criador", diz ele, humildemente, ao telefone. Faz formação (e ele próprio elabora os seus materiais pedagógicos) e monta colmeias. Tem já bastantes no Cantanhez.  Não sei se tem algum apoio de alguma OND. Enfim, uma história feliz, desta vez, mesmo que ainda não se possa dizer que terá um final feliz. Mas Oxalá, Enxalé, Insha'Allah!.... Parabéns, Baldé, tu mereces tudo de bom.  (***)

(**) Vd. poste de 7 de janeiro de  2014 > Guiné 63/74 - P12554: Ser solidário (157): O nosso camarada, luso-guineense, natural de Contuboel, desempregado, a residir em Alfragide, António U. Baldé, pai da Alicinha do Cantanhez, tem um sonho: ser apicultor em Caboxanque...
 
(***) Último poste da série > 4 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25478: (De) Caras (207): Homenagem póstuma da sua terra natal, Mealhada, ao ex-1.º Cabo At Inf do Pel Caç Nat 58, José da Cruz Mamede (1949-1970), morto na emboscada de Infandre, em 12/10/1970

terça-feira, 28 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25574: Convívios (1000): Grande Encontro de Rapazes de Mampatá na Quinta Senhora da Graça, Santa Marta de Penaguião (António Carvalho, ex-Fru Mil Enf.º)

Quinta Senhora da Graça > Grande Encontro de rapazes de Mampatá


1. Mensagem do nosso camarada António Carvalho (ex-Fur Mil Enfermeiro da CART 6250/72, (Mampatá, 1972/74), com data de 27 de Maio de 2024:

Hoje encontramo-nos aqui, neste lugar próprio de emoções amizades eternas.

É a Quinta da Senhora da Graça, morança de um dos rapazes de Mampatá.

Quisemo-nos rever e revisitar sítios e momentos de trabalhos dolorosos mas também de horas de rapaziadas nos intervalos da guerra.

Estiveram o Miranda Lopes, o Polónia, o Zé Pedro, o Farinha, o anfitrião Zé Manel, e eu próprio, todos da primeira fornada de Mampatá. E ainda o grande combatente de Mampatá, de uma fornada anterior, Cancela.

Fez-nos bem este este dia na capital do Douro, no meio de paisagens deslumbrantes. Alguns não se viam há mais de quarenta anos, mas olharam-se como se a idade não tivesse passado por eles.

Um grande abraço para todos os combatentes.
António Carvalho
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Nota do editor

Último post da série de 28 de Maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25572: Convívios (999): "Bambadinquenses" de 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12) reuniram-se no passado dia 25, em Vila Nogueira de Azeitão

Guiné 61/74 - P25573: O Cancioneiro da Nossa Guerra (24): Os Gandembéis - Canto III, Estrofes de I a VIII (CCAÇ 2317, Gandembel, Ponte Balana e Nova Lamego, 1968/69)


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8

Foto nº 9


Foto nº 10

Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (8 de abril de 1968 a 28 de janeiro de 1969) > Aspetos da brutal vida quotidianoa dos homens-toupeira, que tiveram de construir de raiz e defender, com unhas e dentes num curto espaço de tempo (inferior a nove meses), dois aquartelamentos, Gandembel e Ponte Balana, a escassos 3 km da fronteira com a Guiné-Conacri.  Total de ataques e flagelações sofridos: 372 (Fotos nºs 2 e 3).  

Não há, em todos os teatros de operações da guerra do ultramar / guerra colonial, nenhuma epopeia como esta.  Estes homens foram condenados pelo "deus da guerra" (Schulz) ao "suplício de Sísifo": uma missão completamente estúpida, suicida, absurda, inútil, reveladora do absoluto desprezo em relação à vida, ao valor e à dignidade do soldado português... 

Outro "deus da guerra" (Spínola), mais inteligente, e com visão estratégica, no mínimo sensato e  realista, e que dava valor à coragem, ao sofrimento e à lealdade dos seus homens,  percebeu que construir uma montanha na "autoestrada do Nino" (o "corredor de Guileje", o "corredor da morte", o "carrreiro do povo"...), a espinha dorsal de toda a cadeia logística do PAIGC, era provocar um braço de ferro, à partida sem vencedor à vista... Era uma questão de vida ou de morte para Nino e para os seus homens, razão por que infernalizaram a vida aos "gandembéis"...

A construção e defesa de Gandembel (e seu destacamento, em Ponte Balana) foi um sorvedouro de recursos (homens e material) e fez correr muito sangue, suor e lágrimas em 1968 ... Para quê ? Para nada!... A 28 de janeiro de 1969 as NT abandonam esta cruz da estação do calvário da Guiné. A Força Aérea irá arrasar tudo... Spínola, contrariamente ao seu antecessor, visitou pelo menos duas vezes os "gandembéis"...  Isto diz muito sobre a qualidade da liderança dos dois generais.

Embora a engenharia militar tenha fornecido algumas estruturas para a construção dos abrigos (Fotos nºs 5, 6 e 7), estes não era à prova de morteiro 120 mm (usado pela primeira vez aqui, em agosto de 1968), nem de canhão sem recuo: eram cobertos com troncos de cibe, chapa de bidão  e terra, como na maior parte das outras duzentas e tal guarnições espalhadas pelo território (Fotos nºs 8, 9 e 10) ... E as paredes laterais não eram de "cimento armado", como em Guileje (construído pelo BENG 447)... 

Felizmente, para os "gandembéis", o PAIGC tinha  maus artilheiros, analfabetos, incapazes de usar um aparelho de pontaria ou de fazer simples cálculos... Faziam fogo a "olhómetro", de preferência tiro direto com o canhão sem recuo... Melhoraram já  em 1973 e 1974 (contra Guidaje, Guileje, Gadamael, Copá, Canquelifá...), com os cubanos e os cabo-verdianos vindos das "academias militares" da União Soviética... 

Por outro lado, o abastecimento de água era feito no rio Balana, com bidões. Tomava-se banho no rio ou em bidões (Foto nº 1). Mas a messe de oficiais era de "cinco estrelas" (Foto nº 4).

Fotos do notável álbum de Idálio Reis e seus camaradas, editadas por L.G.


Fotos (e legenda): © Idálio Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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1. Continuação da publicação de "Os Gandembéis", poema épico-burlesco, parodiando "Os Lusíadas", de autoria coletiva (mas com forte contributo do poeta João Barge, 1944-2010), escrito em 1969, que retrata a epopeia da CCAÇ 2317 em Gandembel e Ponte Balana (*), recolhido e reproduzido pelo nosso camarada e amigo Idálio Reis, engenheiro agrónomo reformado, ex-alf mil at inf da CCAÇ 2317, no seu livro "A CCAÇ 2317 na guerra da Guiné: Gandembel / Ponte Balana", edição de autor, s/l, 2012 (il, 250 pp.). (O livro é ilustrado por mais de meia centena de fotos dos arquivos do Idálio Reis e dos seus camaradas.)

O lançamento do livro, uma peça fundamental para a historiografia da guerra colonial na Guiné, foi feita feito no Palace Hotel, em Monte Real, em 21 de abril de 2012 , no âmbito do VII Encontro Nacional da Tabanca Grande.




Os Gandembéis > Canto III, Estrofes de 1 a VIII


I
Estas sentenças tais o velho honrado
Dizendo estava, quando abrimos
As malas e as fizemos ao sossegado
Vento, e do quartel temido nos partimos. (15)
E, como é já na guerra costume usado
A bandeira desfraldando, o céu ferimos
Dizendo: “Boa viagem”. E logo as viaturas
Fizeram as usadas roncaduras.

II
Passámos à Formosa Aldeia
Que das muitas bajudas assim se chama;
Das que nós passamos a primeira
Mais célebre por nome que por fama,
Mas nem por ser a derradeira
Se lhe avantajam quantas o Moura ama (16).
Ali tomámos todos um bom assento
Por tomarmos das terra mantimento.

III
Por Nhala passámos, povoada
De gente amiga, que ali vivia;
E de luz total sendo privada
Mesmo assim do turra se defendia.
Novamente nos lançámos à estrada
P’ra chegar a Buba, ainda de dia,
Onde ainda a Companhia não sabe
Se irá haver descanso ou a guerra acabe.

IV
Contar-vos longamente as perigosas
Cousas da estrada, que os homens não entendem.
Súbitas emboscadas temerosas,
Morteiradas que o capim em fogo acendem,
Negros chuveiros, noites tenebrosas,
Bramidos de canhões, que o mundo fendem,
Não menos é trabalho que grande erro
Ainda que tivesse a voz de ferro.

V
Casos vi em que os rudes fuzileiros
Que têm por mestra a longa experiência
Não acreditarem casos certos e verdadeiros,
Mas julgando as cousas só pela aparência.
E os Comandos, com fama de guerrilheiros,
Só por puro engenho e por ciência
Se distinguiam quando formavam,
Porque nas armas aos demais se igualavam.

VI
Daqui fomos cortando muitos dias
Entre tormentas tristes e bonanças,
Na larga mata fazendo novas vias, (17)
Só conduzidos de árduas esperanças.
Com o turra tempo andamos em porfias
Que, como tudo nele são mudanças,
Poder nele achamos tão possante
Que passar não deixava por diante.

VII
Era maior a força em demasia
Segundo para trás nos obrigava,
Da estrada que contra nós ali se abria
Pelo poder da máquina que trabalhava.
Ó malvado Nino da porfia,
Que sempre estás onde a gente estava!
Em vão os tiros esforças iradamente
Pois nós não tememos a tua gente.

VIII
Desta parte descanso algum tomamos
E do rio fresca água, mas contudo
Nenhum sinal aqui da paz achamos
No povo, com nós outros quase mudo.
Ora vejam em que tamanha guerra andamos
Sem sair nunca deste viver rudo,
Sem vermos nunca nova nem sinal
Da nossa tão desejada terra natal.

(Revisão / fixação de texto: IR/LG)

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Notas de IR/LG:

(15) Abandono do aquartelamento de Gandembel (e do destacamento de Ponte Balana)  em 28/1/1969 e partida para Aldeia Formosa.

(16) Referência irónica ao capitão da companhia, que terá metido "baixa"

(17) Transferência para Buba, em 8/2/1969 onde a CCAÇ 2317  ficou, até 14/5/1969, a fazer segurança aos trabalhos de renovação da velha estrada Buba-Aldeia Formosa.

Lembra aqui o Zé TeixeiraZé Teixeira, da CCAÇ  2381 (Buba, Quebo. Mampatá e Empada, 1968/70, em comentário ao poste P25552 (*)

(... ) Quando fui a Gandembel pela primeira vez em meados de julho de 68, os abrigos já estavam construídos. Numa noite escura apontaram creio que onze canhões sem recuo em tiro direto a um ponto do muro em betão de um dos abrigos e conseguiram furar a parede. Em janeiro do ano seguinte fui com a minha Companhia Proteger a sua retirada. A CCaç 2317 saiu de Gandembel e foi fazer umas “férias” a Buba,  alinhando na dura missão de proteger a construção da nova estrada para Aldeia Formosa. A minha companhia alinhava na mesma tarefa. Foi duro. Uns meses que rebentaram com muita gente. A minha Companhia  chegou a estar reduzida a trinta e seis operacionais. Um Grupo de Combate." (...)



Guiné 61/74 - P25572: Convívios (999): "Bambadinquenses" de 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12) reuniram-se no passado dia 25, em Vila Nogueira de Azeitão


Foto nº 1A  > Sentados: Humberto Reis (CCAÇ 12), António F. Marques (CCAÇ 12), Fernando Oliveira (CCS/BCAÇ 2852), João Gonçalves Ramos (organizador) (CCAÇ 12).
De pé: José Luís de Sousa (CCAÇ 12), (?), Joaquim Fernandes (CCAÇ 12), Otacílio Luz Henriques (CCS/BCAÇ 2852), Ismael Augusto (CCS/BCAÇ 2852), Mourão Mendes (CCS/BCAÇ 2852), (?), Patronilho  (CCAÇ 12), (?)(Cond CCAÇ 12), (?), (?)(Cond  CCAÇ12)


Foto nº 1B > Sentados: Fernando Calado (CCS/BCAÇ 2852), Gabriel Gonçalves (CCAÇ 12). Silvino Carvalhal (CCS/BCAÇ 2852) (que veio de V.N. Famalicão), e o José Manuel Amaral Soares, (CCS/BCAÇ 2852)


Foto nº 1 > Foto de grupo dos "bambadinquenses"


Foto nº 2A

Foto nº 2B


Foto nº 2 > Foto de grupo ("Bambadinquenses" + familiares)


Foto nº 3 > Très ex-furrieis da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12: José de Sousa (Funchal), António F. Marques (Cascais) e Humberto Reis (Alfragide) ... À direita, o irmão do Sousa (que vive no Continente)


Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, o Fernando Oliveira, o Joaquim Fernandes, o José de  Sousa, o Humberto Reis, a esposa do Joaquim Fernandes, a Gina e o marido, António F Marques.

Vila Nogueira de Azeitão > 25 de maio de 2024 > 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades) > Antigos combatentes e suas famílias

Fotos gentilmente cedidas pelo Humberto Reis. tiradas por um fotógrafo da organização.  Edição e legendagem complementar:  Humberto Reis e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)




1. Realizou-se no passado dia 25, em Vila Nogueira de Azeitão o 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades). A organização coube desta vez ao João Gonçalves Ramos (ex-sold radiotelegrafista, CCAÇ 12, 1969/71 (Contuboel e Bambadinca, jun 69/ mar 71).

O local do almoço e convívio foi o Restaurante Típico Manuela Borges, em Santo António da Charneca. O nº de particiapntes não cehgiu à meia centena, dos quais 19 antigos combatentes. Faltaram sobretudo os camaradas que vivem no Norte.

Alguns fotos, acima reproduzidas, ajudam-nos a recordar caras (e nomes) de outros tempos e de outros convívios, para quem, como eu, não pôde comparecer. Obrihgado ao Humberto Reis por ter partilhado com o nosso blogue as fotos e as legendas possíveis.

Diz.nos o Humberto Reis que os únicos "totalistas" (isto é, os que participaram nos 28 almoços-convívios, o primeiro tendo-se realizado em 1994, em Fão, Esposende), seriam agora o António F.  Marques e o Joaquim Fernabdes, ambos da CCAÇ 12.  Esperemos que para o ano o convívio seja em local nais acessível aos camaradas do Norte.
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Notas do editor:


(**) Último poste da série > 27 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25569: Convívios (998): Rescaldo do Almoço / Convívio dos combatentes, e respectivas famílias, da CCAÇ 2796 ("Os Gaviões de Gadamael"), levado a efeito no passado dia 18 de Maio de 2024, em Fátima (Cor Morais da Silva, CMDT da CCAÇ 2796)


Guiné 61/74 - P25571: Parabéns a você (2275): António Acílio Azevedo, ex-Cap Mil, CMDT da 1.ª CCAV / BCAV 8320/72 e da CCAÇ 17 (Buka e Binar, 1973/74)

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Nota do editor

Último post da série de 26 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25561: Parabéns a você (2274): Jorge Narciso, ex-1.º Cabo Especialista MMA da FAP (BA 12, Bissalanca, 1969/70)

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25570: Notas de leitura (1695): "Quando os Cravos Vermelhos Cruzaram o Geba", por Tony Tcheka (nome literário de António Soares Lopes Júnior); Editorial Novembro, 2022 (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Novembro de 2022:

Queridos amigos,
É sempre com satisfação que vos dou conta das boas surpresas que a literatura luso-guineense oferece. Este livro de Tony Tcheka é de leitura indispensável. Como escreve Pires Laranjeira no prefácio acerca destes contos aguerridos, há na escrita de Tony Tcheka, no seu processo produtivo uma matriz que lhe foi dada por ter vivido a pré-independência e agarrado com ambas as mãos a raiz patriótica, daí estar amplamente dotado para abordar, como desassombradamente aborda os sobressaltos provocados pelo 25 de Abril em gente com convicções que eram próprias dos assimilados, gente que acabará condenada a certas formas de autismo e dissolução, desencontradas com a história, inadaptados e rejeitados. Uma belíssima escrita, um tratamento delicado para um mundo de espectros bem incómodos para a história das primeiras décadas da Guiné-Bissau independente.

Um abraço do
Mário



Tony Tcheka, um corajoso denunciador de segredos e mentiras (2)

Mário Beja Santos

A obra intitula-se "Quando os Cravos Vermelhos Cruzaram o Geba", o seu autor é o jornalista e escritor Tony Tcheka (nome literário de António Soares Lopes Júnior), nascido em Bissau em 1951, Editorial Novembro, 2022. É muito mais do que uma surpresa literária, ficamos assombrados com a ousadia deste guineense que rompe com mitos, palavras de ordem e dogmas de fé em que a política bissau-guineense é exuberante. Como escreve Pires Laranjeira no prefácio, “Trata-se de um livro corajoso, com seus contos estéticos, contos-ensaios, contos-testemunhos, contos-de-casos sociológicos – e – ontológicos, para ler de um fôlego e entrar numa área da vida guineense que a literatura nunca tocou, a dos guineenses que assumiam identidade portuguesa e dela não queriam abdicar, mesmo mergulhados em grandes infortúnios. Com conhecimento, compreensão e ternura contando a amargura de destinos malparados. Em última instância, todo o livro aborda o Estado-Nação formado por competências antigas e modernas, herdadas das colonizações (dos impérios antigos do oeste africano e do oeste europeu) e da revolução independentista, em que o valor consuetudinário continua a ter muita força e a revigorar na terra branku".

Se o conto "Pekadur di Sambasabi" é arrepiante por nos revelar uma história de ódio, de abominável ajuste de contas e expor com total evidência que não houve vontade em criar uma atmosfera de reconciliação entre a força independentista dominante e aqueles que tinham servido a causa portuguesa (como se contou no texto anterior), vamos agora conhecer outra dimensão, discretamente ocultada, em torno daqueles que acreditavam estar a prestar serviço do lado justo, como se comportaram depois da independência. Tony Tcheka assombra-nos com descrições de tal modo verosímeis de degradação e aniquilamento, que nos deixa amargor pela descoberta, ou confirmação, de que muita gente, nascida ou não na Guiné, pagou bem caro pelo desprezo a que foram votados ou pela atmosfera de indiferença e humilhação a que foram sujeitos depois da independência.

Primeiro, o conto "Manito, O Patriota". Estamos em abril de 1974, Manito Ribeirinho, cidadão temido na cidade e arredores pela sua dureza de trato, teve sono agitado, e pela rádio chegam-lhe notícias indesejáveis, há reboliço em Lisboa, o escritor socorre-se de uma imagem onomatopeica: “Uma forte trovoada em tempo seco estoirando na sua cabeça”. O inacreditável aconteceu, mas à sua volta tudo parece seguir na normalidade. É um homem que acredita num Portugal uno e indivisível, é adjunto do subchefe da terceira secção postal, nado e criado naquela terra (filho legítimo do gã-Ribeirinho de Cacheu). Confuso e desfeiteado, depois de lançar reprimendas a quem trabalha lá em casa põe-se a caminho, foi até à central telefónica dos CTT para telefonar ao sr. Administrador do concelho, não está, recomendam-lhe que fuja enquanto puder. Nem sossegou com o telefonema ao sr. Inspetor da PIDE, encontra a cidade em ebulição, para seu pavor a cidade de Bissau fervilhava de euforia, a PIDE em silêncio. E enquanto Lisboa e Bissau preparam a independência da Guiné o casal Ribeirinho desembarcou em Lisboa. Vai começar uma via sacra, começa a beber uma pinga a mais, a família desintegra-se, “ao ponto de o genro chamar o sogro de catingoso”. Ribas, ou o Manito Ribeirinho, e a sua mulher, vão viver para a Quinta dos Mochos, isolam-se, os amigos de outras eras fecham-lhes a porta. É a descrição de um espectro, entre as recordações do salazarismo e os estímulos do álcool, é um fantasma do passado, um inadequado, anda para ali perdido, tem momentos de levitação patriótica.
Inevitavelmente, será engolido pelo alheamento, restam-lhe sombras e solidão.

Outro conto bem pungente é "Camarada, Melhor Amanhã". Tudo acontece num prédio bem situado no centro da cidade de Bissau, vive-se nos tempos de uma Guiné-Melhor, depois deu-se o recrudescer da guerra que provocou a debandada de muitas famílias metropolitanas e algumas guineenses, as de maior posse, o prédio conhece um novo quadro de mobilidade social, surgem tensões, “as desavenças só terminaram quando os novos passaram à situação de maioria, impondo as suas normas aos poucos sobreviventes da mudança. E de premeio também chegou a independência”. Vamos conhecer outro espectro, Epuíno Ermelindo Mendonça, um entusiasta confesso da Guiné-Melhor, expedito a datilografar, tratando todo aquele maquinismo com desvelo, é um homem marcado pela religião e pela tradição, Tony Tcheka, em admirável arquitetura da escrita, dá-nos conta do definhamento, aos poucos vão desaparecendo as joias, os bibelots, ficaram as fotografias, as lembranças de almoçaradas e jantaradas. Resta a Epuíno a cadeira antiga de balouçar, estrategicamente colocada na varanda do sobrado. Recusou sempre as propostas de trabalho na antiga metrópole, lá se foi adaptando aos novos tempos da independência, ele pertencera ao pessoal civil da manutenção militar, procurou desenrascar-se, trabalhou na câmara municipal, revoltou-se quando passaram a tratá-lo por camarada, foi depois trabalhar na área das pescas, foi uma época feliz: “Todas as semanas, caixas e caixas de peixe, moluscos e crustáceos, davam entrada na casa dos Mendonça. A vida estava a mudar. O camarada inspetor partiu para Portugal beneficiando de um estágio.” Aqui permaneceu um ano e quatro meses e desembarcou em Bissau rigorosamente uniformizado, com crachá ao peito: “Camarada Comandante Inspetor Geral”. A seguir deu-se o grotesco e o burlesco, meteu-se numa lancha patrulha, foi tudo enjoos e vómitos. Morre a mulher, a espinha dorsal da casa, os filhos vão partindo para outros rumos, desapareceram os desempregados, veio a reforma, ainda procurou socorrer-se de expedientes, biscates, era insuportável viver com uma reforma de miséria: “Passou a ser visto na zona do Registo Civil e dos tribunais de Comarca de Bissau, sempre munido da sua maquineta. Safava alguns casos, aconselhava procedimentos, escrevia cartas, preenchia documentos e com isto, no final do dia, recolhia algum dinheirito.” Ainda escreveu cartas de amor para um comandante militar, plagiou Camões e Florbela Espanca, escreveu que havia neve na Guiné, tudo acabou bem para os arrulhados, menos para Epuíno que nem para o casamento foi convidado.

Foi vendendo o que restava lá em casa, ficou reduzido ao indispensável, acabou por vender a máquina de escrever e o final desta dolorosa trama é pungente que se farta:
“Ao não entrar mais em casa, a maquineta parece ter levado a alma do seu dono. Entristeceu-se mais. Dobrou-se. Não voltou a descer os degraus do sobrado. Confinou-se a um cantinho da varanda que alternava com a cama de lençóis sebentos já sem cor. E o último a sair foi o camarada Melhor Amanhã. Antes do suspiro final, ainda se queixou da dor da ingratidão no coração magoado ruidoso – a sua maior doença, aquela que lhe apertava o peito e secava a alma. Numa das últimas visitas do médico que foi seu colega no liceu Honório Barreto, antes de ingressar nas fileiras dos nacionalistas e ser enviado para a URSS estudar medicina, e à pergunta sobre o que lhe doía, respondeu secamente: A vida. Hoje é a vida que mais me dói.”

Fora deste contexto de dolorosas mudanças que revelaram a incapacidade de reconciliação guineense e a transformação de gente em espectros, devido a complexidades da inadaptação, Tony Tcheka aborda no seu último conto algo que tem a ver com o peso da tradição em duro confronto com este novo mundo de direitos humanos: a excisão genital feminina, que aqui se reportará no termo da leitura desta admirável obra.

Bissau-Velho na atualidade
O centro de Bissau no tempo colonial

(continua)
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Notas do editor:

Vd. post anterior de 20 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25543: Notas de leitura (1693): "Quando os Cravos Vermelhos Cruzaram o Geba", por Tony Tcheka (nome literário de António Soares Lopes Júnior); Editorial Novembro, 2022 (1) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 24 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25558: Notas de leitura (1694): Factos passados na Costa da Guiné em meados do século XIX (e referidos no Boletim Official do Governo Geral de Cabo Verde, anos 1853 a 1854) (4) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P25569: Convívios (998): Rescaldo do Almoço / Convívio dos combatentes, e respectivas famílias, da CCAÇ 2796 ("Os Gaviões de Gadamael"), levado a efeito no passado dia 18 de Maio de 2024, em Fátima (Cor Morais da Silva, CMDT da CCAÇ 2796)

Foto de família dos combatentes da CCAÇ 2796 presentes no Almoço/Convívio de 2024

1. Mensagem do nosso camarada, Coronel Art Ref, António Carlos Morais da Silva (ex-Instrutor da 1.ª CCmds Africanos em Fá Mandinga; Adjunto do COP 6 em Mansabá e Comandante da CCAÇ 2796 em Gadamael, 1970 e 1972), com data de 21 de Maio de 2024, com a foto de família relativa ao Convívio da sua Unidade:

Caro Vinhal

Anexo foto do almoço anual da CCaç Ind 2796 – "Gaviões de Gadamael" no passado dia 18 de Maio.

Presentes 41 militares que acompanhados de familiares permitiram reunir à mesa o total de 97 convivas mais 2 bebés.

Reencontro de camaradas com amizade forjada nas terras da Guiné no período 70-72.

Abraço cordial e o desejo de muita saúde
Morais da Silva
Cap cmdt da CCaç 2796

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Nota do editor

Último post da série de 22 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25550: Convívios (997): Rescaldo do Almoço / Convívio dos combatentes, e respectivas famílias, da CCAÇ 2796 ("Os Gaviões de Gadamael"), levado a efeito no passado dia 18 de Maio de 2024, em Fátima (Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf)

Guiné 61/74 - P25568: Facebook...ando (58): "Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas": homenagem da junta de freguesia de Figueira dos Cavaleiros, concelho de Ferreira do Alentejo, aos seus antigos combatentes - II (e última) Parte: Vídeo (51' 40''



"Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas", Vídeo: 51' 40'' (Alojado na página do Facebook de Juvenália Salgado: ideia de Juvenália Salgado, produção da Junta de Freguesia de Figueira de Cavaleiros; disponível também no  You Tube / Conta de Juvenália Isabel Guerreiro Salgado (Reproduzido com a devida vénia...)




Cartaz da homenagem


1. Interessante vídeo com testemunhos de diversos antigos combatentes da freguesia de Figueira dos Cavaleiros, que falam da sua experência de vida, antes, durante e depois da sua participação na guerra do ultramar / guerra colonial. Entre eles, figura o nosso tabanqueiro Jacinto Cristina (*), de 74 anos. 


O vídeo foi apresentado, no passado dia 21 de abril, na junta de freguesia de Figueita dos Cavaleiros, no âmbito das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril.

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25567: Facebook...ando (57): "Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas": homenagem da junta de freguesia de Figueira dos Cavaleiros, concelho de Ferreira do Alentejo, aos seus antigos combatentes - Parte I: Fotos