[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 31 de maio de 2024

[3434.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIX

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIX *

01914. Luís António da Silva Tavares de Carvalho [1927, 1931, 1945]

[Luís António da Silva Tavares de Carvalho || AHP]

[Sabrosa, 05/05/1877. Tenente-coronel da Administração Militar. Filiação: Angélica Rosa da Silva, Joaquim de Carvalho Tavares e Silva. Casado. Residência: Rua da Escola do Exército, 36 - Lisboa. Integrou, como capitão da Administração Militar, o Corpo Expedicionário Português, embarcando em 23/02/1917. Mandado regressar em abril de 1918, por exceder o quadro de Oficiais da Administração Militar no CEP. Exerceu as funções de Secretário de ministros de diferentes ministérios (1915, 1919, 1920, 1920) e, em 1919 e 1921, foi eleito Deputado pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, nas listas do Partido Democrático. Participou na Revolução de Fevereiro de 1927. Preso em 10/02/1927 e deportado para os Açores, ficando com residência fixada em Angra do Heroísmo em 22/02/1927. Passou, depois, para a Madeira, onde participou na revolta que eclodiu em 04/04/1931. Foi-lhe então, fixada residência em Cabo Verde, para onde seguiu no vapor "João Belo" em 12/05/1931. Foi um dos nomes excluídos da amnistia de 05/12/1932, continuando naquele arquipélago. O processo foi enviado para o TME em 13/07/1935, a fim de ser julgado. Abrangido pela amnistia concedida pelo Decreto 26.636, de 25/05/1936. Preso em 11/11/1945, «para averiguações», recolheu ao Aljube: libertado em 19/11/1945.]

[Luís António da Silva Tavares de Carvalho || PT-TT-PIDE-E-010-85-16804]

01915. José Lopes Soares [1928, 1931]

[Mealhada, c. 1897. Tenente de Infantaria. Filiação: Clementina de Jesus Lopes Soares, Eusébio Lopes Soares. Casado. Residência: Avenida de Berna, 11 - Lisboa. Vigiado por vários informadores durante o ano de 1928, com registo de contactos e de locais que visitava. Preso em 20/10/1928, «por fazer parte do comité revolucionário», e  enviado para a Penitenciária, onde continuou a assegurar contactos. Deportado para os Açores em 08/01/1929, embarcou no vapor "Lima", juntamente com mais onze presos políticosAntónio Neves RodriguesJoaquim Pinto LimaLuís de Loureiro da Conceição Melo Borges de CastroManuel Gregório Pestana JúniorUrbano Rocha Dantas (todos detidos na Penitenciária), Adelino António MirandaAntónio José ChícharoErnesto Carneiro FrancoIlídio NogueiraJorge Augusto da Silva FigueiredoJosé Santos Graça (Aljube). Regressou em 26/02/1929 e entrou no Aljube. Embarcou, em 22/04/1929, para Ponta Delgada, onde lhe foi fixada residência. Participou na "Revolta das Ilhas" de abril de 1931, assumindo o papel de Comissário de Polícia dos revoltosos em Ponta Delgada, onde se encontrava com residência fixada. Enviado para Cabo Verde em junho desse ano. Excluído da amnistia de 05/12/1932. O seu processo foi enviado ao TME em 13/07/1935, a fim de ser julgado.]

01916. Custódio Pinto Faria Maia [1930]

[Penafiel, c. 1903. Empregado industrial. Filiação: Margarida Maia, Júlio Pinto de Faria. Casado. Residência: Bairro de Vilar, 2.ª Rua, 38 - Porto. Preso no Porto pela Polícia de Informações e entregue em 09/05/1930, por estar envolvido no fabrico de bombas. Deportado, em 08/06/1930, para a ilha de Santa Maria. Passou para a Madeira, onde participou ativamente na revolta iniciada em 04/04/1931. Fracassada esta, foi-lhe fixada residência em Cabo Verde, para onde seguiu em maio. ficou excluído da amnistia de 05/12/1932 e o levantamento da deportação só aconteceu em 1944.]

01917. Joaquim Pinto de Lima [1928, 1931]

[Joaquim Pinto de Lima || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Vila Real, c. 1884. Contabilista. Filiação: Maria da Conceição Vieira, Augusto César Pinto de Lima. Solteiro. Residência: Avenida 5 de Outubro, 297 - Lisboa. Preso em 20/10/1928, por ter presidido a uma reunião na Rua Tenente Valadim e apresentar-se como representante do tenente Lopes Soares, querendo saber qual o armamento existente e quantas metralhadoras funcionavam. Deportado para os Açores em 08/01/1929Passou, depois, para a Madeira, onde participou na revolta que eclodiu em 04/04/1931. Foi-lhe então, fixada residência em Cabo Verde, para onde seguiu no vapor "João Belo" em 12/05/1931. Foi um dos nomes excluídos da amnistia de 05/12/1932, continuando naquele arquipélago. Solicitou, talvez em agosto de 1935, autorização para emigrar para o Brasil, juntamente com a esposa, não havendo objeção por parte da SPS. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto 26.636, de 25/05/1936.] 

[Joaquim Pinto de Lima || 1935_08_12 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-507_m0003]

[Joaquim Pinto de Lima || 1935_09_02 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-507_m0002]

[Joaquim Pinto de Lima || 1935_09_16 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-507_m0001]

[João Esteves]

[3433.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVIII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVIII *

 01909. Augusto Batista Gandarez [1927]

[Coimbra, c. 1898. Comerciante. Filiação: Filomena Batista, Joaquim L. Gandarez. Solteiro. Residência: Rua Ferreira Borges, 74 - Coimbra. Vigiado em 1927, em Coimbra. Referenciado como tendo fugido da cidade em 04/10/1927, aquando de outras prisões. Preso em 19/11/1927, «por estar comprometido na conspiração chefiada por Camilo Valente»; deportado para os Açores em 22/12/1927. Regressou das Ilhas em 24/11/1928 e apresentou-se em Coimbra em 27/11/1928. O pai também era vigiado, sendo apontado como filiado no Partido Democrático e ter estado envolvido na mesma «conspiração» de Camilo Valente.]

01910. João António dos Santos [1927]

[Coimbra, c. 1885. Industrial. Filiação: Ana Borges dos Santos, Francisco António dos Santos. Casado. Residência: Coimbra. Preso em 19/11/1927, «por conspirar e ser encarregado de descobrir a morada dos oficiais»; deportado em 22/12/1927.]

01911. Manuel do Espírito Santo [1927, 1928]

[1.º Sargento do R.S.M. Deportado para África em 1927, provavelmente na sequência da revolta de fevereiro desse ano, regressou em outubro, «requisitado pelo ministério das Colónias», e recolheu à Cadeia do Limoeiro. Preso em 20/07/1928, «por ter tomado parte no movimento revolucionário desse dia», e «deportado para o Campo de Concentração de Angola» em 21/08/1928. Por ofício do Ministério da Guerra de 14/06/1930, foi autorizada a sua transferência para os Açores, seguindo para Ponta Delgada em 10/08/1930. Requereu, em novembro, o regresso ao Continente, o que foi autorizado pela Polícia desde que não ficasse a residir em Lisboa ou no Porto. Apresentou-se em 09/02/1931, declarando ir residir para Casais da Gavata - Torres Vedras.]

01912. Armando Pereira de Castro Agatão Lança [1927, 1940, 1945]

[Armando Agatão Lança || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Viariz, Baião, 19/08/1894. 1.º tenente da Armada. Filiação: Quitéria de Castro Agatão Lança, Alberto Pereira de Castro. Solteiro. Residência: Hotel Aliança - Porto. Republicano e maçon, opôs-se ao sidonismo e combateu, em 1919, a Monarquia do Norte. Exerceu, entre outros, o cargo de governador civil de Lisboa (1921-1922) e foi eleito deputado em 1921 e 1925. Participou ativamente na revolta de fevereiro de 1927, em Lisboa, contra a Ditadura Militar, integrando o seu comité revolucionário. Preso, seria deportado para Angola, primeiro para Moçâmedes e, talvez em agosto, passou para Luanda, viajando a bordo do vapor "Pedro Gomes". Evadiu-se pouco depois, rumou a Paris, onde integrou o grupo de exilados políticos, e esteve envolvido em diversas revoltas reviralhistas, entrando clandestinamente em Portugal por diversas vezes. O seu nome foi expressamente excluído da amnistia de 05/12/1932. Regressou ao país em 1940, foi preso na fronteira de Barca d'Alva em 24 de junho e, no dia seguinte, saiu em liberdade condicional, ficando com residência fixada no Porto. Preso pela Delegação do Porto da PVDE em 21/09/1945 e transferido, em 22/09/1945, para Lisboa, recolheu à Penitenciária. Regressou ao Porto em 06/10/1945 e seria libertado em 23/10/1945, abrangido pela amnistia e indulto de 18/10/1945. Interveio no MUD, no MUNAF e nas campanhas presidenciais de Norton de Matos e de Humberto Delgado. Faleceu no Porto em 23/05/1965.]

01913. Eduardo Augusto Mascarenhas Mimoso Serra [1927]

[Lisboa, 03/10/1896. Tenente de Infantaria. Filiação: Emília da Conceição Lopes Mascarenhas, Vicente Emiliano Mimoso Serra. Casado. Residência: Pátio da Inquisição - Coimbra. Faleceu em 01/12/1969, em Lisboa. Preso em 04/10/1927, «por conspirar contra a atual situação». Esteve na Cadeia Nacional e, em 24/10/1927, foi enviado ao Ministério da Guerra. Referenciado como desenvolvendo, em Coimbra, «grande atividade revolucionária, em ligação com Rocha Dantas».]

[João Esteves]

quarta-feira, 29 de maio de 2024

[3432.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVII *

01902. Júlio Luís [1927]

[Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, numa leva que integrava Alfredo PintoÁlvaro da Costa RamosErnesto GalvãoHenrique Caetano de SousaJ. Monteiro, José da Silva Santos ArranhaJosé de SousaJosé dos Santos CadeteJosé Manuel Saraiva de AguiarManuel da Silva Campos e Manuel Henriques Rijo.]

01903. José dos Santos Cadete [1927]

[José dos Santos Cadete || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Delegado ao Congresso Operário de 1925. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, numa leva que integrava Alfredo PintoÁlvaro da Costa RamosErnesto GalvãoHenrique Caetano de SousaJ. Monteiro, José da Silva Santos ArranhaJosé de SousaJosé Manuel Saraiva de AguiarJúlio LuísManuel da Silva Campos e Manuel Henriques Rijo. Pertenceria ao Sindicato Marítimo.]

01904. Henrique Caetano de Sousa [1927]

[Henrique Caetano de Sousa]

[Lisboa, 18/10/1888. 3.º Oficial do Ministério das Finanças. Filiação: Bernardina da Conceição Silva Boto ou Alexandrina da Conceição Duarte de Sousa, António José de Sousa. Casado. Residência: Largo de 28 de Janeiro, 28 ou Rua Cidade da Horta, 9 - Lisboa. Oriundo de uma família republicana, concluiu o Curso dos Liceus e fez os preparatórios de Medicina da Escola Politécnica. Desenvolveu atividade republicana, aproximou-se dos anarquistas, colaborando em "A Batalha" e "A Sementeira", e, por fim, esteve na origem do Partido Comunista Português, sendo, em 1921 e 1922, Secretário da Junta Nacional. Deslocou-se, em 1922, ao IV Congresso da Internacional Comunista, realizado em Moscovo. Preso no "Centro Comunista" em 0708/05/1923; libertado em 12/05/1923. Apesar da sua intensa militância, será expulso do Partido Comunista na sequência do I Congresso, realizado em novembro de 1923, o qual elegerá José Carlos Rates como seu Secretário-Geral. Manteve colaboração partidária, sendo, em maio de 1925, um dos autores da revista "Correspondência Comunista", juntamente com António Monteiro, José de Sousa, Manuel Jorge da Costa e Manuel Mafra. Também seria eleito para o Comité Central da Secção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, numa leva que integrou Alfredo PintoÁlvaro da Costa RamosErnesto GalvãoJ. MonteiroJosé da Silva Santos ArranhaJosé de Sousa, José dos Santos CadeteJosé Manuel Saraiva de AguiarJúlio LuísManuel da Silva Campos e Manuel Henriques Rijotodos com ligações aos sindicatos e ao movimento operário, sendo uns acusados de anarquistas e Henrique Caetano de Sousa e José de Sousa Coelho de pertencerem ao Socorro Vermelho Internacional. Estes dois seriam libertados em 24/06/1927, como se depreende de um ofício confidencial enviado pelo Diretor Interino da Polícia de Informações ao ministro do Interior. Faleceu em 1954, em Almada, onde passou a residir quando reformado.]

01905. Domingos de Oliveira Morais [1927]

[Porto, c. 1898. Compositor. Filiação: Guilhermina de Jesus, António Joaquim Oliveira Morais. Casado. Residência: Rua Maria Pia, 539 - Lisboa. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 01/12/1927, «por se manifestar publicamente contra a Ditadura Militar»; libertado no mesmo dia».] 

01906. António Rodrigues Almeida Santos [1927, 1929]

[António Rodrigues Almeida Santos || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Gouveia, c. 1886. Chefe de Seção da DGCP - 7.ª Repartição. Filiação: Antónia da Conceição, Manuel dos Santos. Casado. Residência: rua da Escola Asilo, 11. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 20/12/1927; libertado em 31/12/1927. Preso em 09/09/1929, «por ser organizador e chefe do Grupo de Civis de Alcântara e ser detentor de armamento destinado aos mesmos grupos e ter reuniões políticas com pessoas desafetas à situação». Libertado em 04/11/1929.]

01907. José da Graça Gonçalves [1927, 1930]

["O Zeca". Bonfim - Porto. Empregado de comércio. Solteiro. Filiação: Henriqueta da Graça Gonçalves, Álvaro Nogueira Gonçalves. Solteiro. Residência: Queluz. Preso em 20/12/1927, «por suspeita de conspirar contra a Ditadura Militar»; libertado em 03/01/1928. Preso em 21/07/1930, «por estar implicado no movimento revolucionário em preparação sendo um dos elementos que tratava da organização do movimento em Queluz». Libertado em 26/07/1930.]

01908. Alexandre José Lourenço [1927]

[Lisboa, c. 1883. Carteiro. Filiação: Maria do Rosário, José Lourenço. Casado. Residência: Quinta dos Peixinhos - Vale Escuro. Preso em 20/12/1927, «por ordem superior»; libertado em 25/12/1927.]

[João Esteves]

segunda-feira, 27 de maio de 2024

[3431.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXVI *

01899. Ernesto Galvão [1927]

[Lisboa, c. 1882. Carpinteiro. Filiação: Carolina Costa Galvão, José Francisco Galvão. Casado. Residência: Rua do Arco do Carvalhão - Pátio das Confeiteiras, 10 - Lisboa. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, «por ser anarquista, figurando o seu nome numa da "União Anarquista Portuguesa"». Libertado em 06/06/1927.]

01900. José de Sousa Coelho [1927, 1935]

[José de Sousa Coelho || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Penacova, 17/08/1898. Torneiro. Filiação: Maria da Conceição de Sousa. Casado. Residência: Travessa das Terras do Monte, 17 - Lisboa. Começou a intensa intervenção sindical e política durante a República, primeiro dentro da área anarcossindicalista, tendo sido Secretário-Geral das Juventudes Sindicalistas e, depois, enquanto militante do Partido Comunista, do qual foi um dos fundadores, em março de 1921. Neste mesmo ano, esteve, também, na origem das Juventudes Comunistas, da qual foi o primeiro dirigente e de onde transitou, em 1922, para a direção do Partido Comunista, evidenciando-se, sobretudo, na área do sindicalismo. Depois de divergências com José Carlos Rates, retomaria, em 1926, no II Congresso, o anterior protagonismo. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, juntamente com Alfredo Pinto, Álvaro da Costa Ramos, Ernesto Galvão, Henrique Caetano de Sousa, J. Monteiro, José dos Santos Arranha, José dos Santos Cadete, José Manuel Saraiva de Aguiar, Júlio Luís, Manuel da Silva Campos e Manuel Henriques Rijo. Todos tinham ligações aos sindicatos e ao movimento operário, sendo uns acusados de anarquistas e Henrique Caetano de Sousa e José de Sousa Coelho de pertencerem ao Socorro Vermelho Internacional. Estes dois seriam libertados em 24/06/1927, como se depreende de um ofício confidencial enviado pelo Diretor Interino da Polícia de Informações ao ministro do Interior, datado de 24/06/1927. Foi, em 1929, com Bento Gonçalvesum dos responsáveis da reorganização do Partido Comunista, integrando a Comissão Central Executiva Provisória. Na sequência da prisão daquele, tornou-se, entre 1930 e 1933, o principal dirigente comunista, desenvolvendo relevante atividade junto dos sindicatos: a ele se deve a criação, em 1930, da Comissão Inter-Sindical (CIS), do qual é o Secretário-Geral, em estreita ligação com o Partido Comunista, onde era o responsável sindical. A nova confederação nacional de sindicatos operários, alinhada com a Internacional Sindical Vermelha, passava a concorrer com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de orientação anarcossindicalista. Dinamizou a criação de Grupos de Defesa Sindical, que envolveram militantes comunistas dos respetivos locais de trabalho, concebeu, com Bento Gonçalves, um sistema eficaz de imprimir o jornal “Avante!” e envolveu-se na preparação e eclosão da Greve Geral de 18 de janeiro de 1934, por ele considerada como um «movimento de protesto contra a violenta dissolução dos sindicatos operários» e não um «movimento revolucionário insurrecional». Referenciado há vários anos, foi julgado à revelia pelo Tribunal Militar Especial em 20/02/1935 e condenado em seis anos de desterro, multa de doze mil escudos e perda dos direitos políticos por dez anos. Permaneceu em Portugal durante a ida, nesse ano, da delegação do Partido Comunista ao VII Congresso da Internacional Comunista, realizado em Moscovo. Procurado, seria preso pela PVDE em 11/11/1935, por «comunista», juntamente Bento Gonçalves e Júlio Fogaça, o trio que constituía o Secretariado, levado para uma esquadra e transferido, nesse mesmo dia, para o Aljube. Após dois meses em regime de incomunicabilidade, seguiu, em 08/01/1936, para a Fortaleza de S. João Batista, em Angra do Heroísmo. Em 23 de outubro, seria deportado para o Campo de Concentração do Tarrafal, simultaneamente com aqueles dois dirigentes. Aqui, começou por integrar a direção da Organização Comunista Prisional do Tarrafal e, devido ao acentuar das divergências políticas com Bento Gonçalves, criou a organização dos comunistas afastados, sendo expulso do Partido Comunista em 1942. Regressou de Cabo Verde em 20/02/1945, saindo em liberdade. Procurou, então, formar o Partido Social Operário, aderiu, em 1946, ao reativado Partido Socialista Português e acabou por se empenhar e evidenciar enquanto dirigente do movimento cooperativista, nomeadamente através da Fraternidade Operária Lisbonense - Ateneu Cooperativo, onde desenvolveu a amizade com António Sérgio, Caixa Económica Operária e Mealheiro dos Conferentes Marítimos. Faleceu em 1967.]

01901. José da Silva Santos Arranha [1927]

[José da Silva Santos Arranha || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Caldas da Rainha, 03/01/1891. Marceneiro. Fundador do Sindicato Único dos Operários Marceneiros de Lisboa,  interveio no Congresso Operário de 1922, na Covilhã, onde foi eleito Secretário-Geral da CGT, cargo que exerceu somente durante um ano por se ter demitido, em outubro de 1923, devido a divergências internas. Voltou a participar no Congresso de 1925 e, em 1925-1926, tornou-se Diretor do jornal "A Batalha". Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, numa leva que integrava Alfredo PintoÁlvaro da Costa RamosErnesto GalvãoHenrique Caetano de SousaJ. MonteiroJosé de SousaJosé dos Santos CadeteJosé Manuel Saraiva de AguiarJúlio LuísManuel da Silva Campos e Manuel Henriques RijoExilou-se, nos anos 1930, na Bélgica, de onde regressou no final da década. Faleceu em 24/02/1962.]

[João Esteves]

[3430.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXV *

1890. Manuel Joaquim Lourinho [1933]

[Manuel Joaquim Lourinho || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Preso pela SPS/Lisboa em 25-26/12/1933Transferido, em 03/01/1934, da 23.ª esquadra para a 1.ª]

01891. Augusto Celorico [1933]

[Idanha-a-Nova, c. 1915. 1.º Cabo do Batalhão de Metralhadoras  1. Filiação: Emília Folgado Torres, João Celorico. Solteiro. Residência: Na Unidade. Entregue na SPS de Lisboa em 23-24/12/1933, por estar associado a uma célula comunista na Unidade. Entregue, em 18/01/1934, ao Governo Militar de Lisboa. Julgado pelo TME em 21/07/1934, seria condenado a 2 anos de prisão correcional, cumprindo-os no Presídio Militar.]

01892. Alzemiro Duarte [1933]

[Libertado das prisões do Aljube/Porto em 25-26/12/1933.]

01893. José Maria Faro Cal [1933]

[Lisboa, c. 1915. Cortador. Filiação: Judite da Conceição Faro, Lino Cal. Solteiro. Residência: Rua Alves Torgo, 265 - Lisboa. Preso pela SPS em 27/12/1933, por fazer parte das Juventudes Comunistas Portuguesas. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Julgado pelo TME em 04/04/1934, seria condenado a 15 meses de prisão correcional. Seguiu para Peniche em 10/04/1934, de onde foi libertado em 11/05/1935.]

[José Maria Faro Cal || 1935_04_12 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-514_c0002]

[José Maria Faro Cal || 1935_04_13 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-514_c0001]

01894. Luís Filipe Aguilar [1933]

[Figueira de Castelo Rodrigo, c. 1908. Empregado dos telefones. Filiação: Adelaide Augusto Rocha, António Augusto de Aguilar. Solteiro. Residência: Rua Almeida e Sousa / Travessa da Peixeira, 27 - Lisboa. Preso em 28/12/1933, por ter recebido de Manuel Joaquim Lourinho dois jornais clandestinos intitulados "A Greve" e seis opúsculos, igualmente clandestinos, intitulados "Juventude a Postos", a fim de serem vendidos. Transferido para a 1.ª esquadra em 02/01/1934. Libertado em 08/01/1934.]

01895. José Augusto Frutuoso [1931, 1932, 1933]

[Coimbra, c. 1904. Modelador. Filiação: Maria José Frutuoso. Casado. Residência: Rua das Padeiras, 37 - Coimbra. Preso em 11/03/1931, «por suspeita de ser detentor de bombas de dinamite e outro material explosivo», sendo considerado «elemento avançado e perigoso»; libertado no mesmo dia. Enviado de Coimbra para SPS de Lisboa em 29/03/1932, «por estar implicado na organização daquela cidade». Também fazia a ligação do Núcleo Local do SVI com a capital, pertencendo àquele Álvaro Bordalo de Andrade Sá Donas-Boto, António Manuel Salvador Bordalo e Seixas, Carlos Paiva de Carvalho, José de Almeida e Leandro Augusto dos Santos Lima. Libertado em 16/04/1932. Enviado pela PSP de Coimbra à SPS de Lisboa em 29/12/1933, por exercer «atividade como propagandista acérrimo das ideias libertárias entre a massa operária de Coimbra». Para além da «propaganda da causa comunista», relacionava-se com elementos do movimento sindical local, como Álvaro Teixeira, Secretário-Geral do Sindicato dos Metalúrgicos, e Augusto da Cunha Melo, Presidente do sindicato dos Choferes do Centro de Portugal. Esteve, ainda, envolvido nos preparativos da Greve Geral Revolucionária de 18/01/1934. Libertado em 31/05/1934, por ter sido despronunciado pelo TME.]

01896. Serafim Filipe Pinheiro [1927, 1927]

[Serafim Filipe Pinheiro || ANTT PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Alenquer, c. 1890. Funcionário Público - Chefe do pessoal menor da Casa da Moeda. Filiação: Luísa da Conceição Pinheiro, António Filipe Pinheiro. Casado. Residência: Rua Prior Coutinho, 37 - Lisboa. Encontrava-se preso em Elvas em 10/08/1927, por «suspeita de estar implicado nos últimos acontecimentos políticos». Enviado para Lisboa nesse dia, recolheu à Cadeia Nacional. Julgado pelo TME, seria condenado em pena correcional, suspensa por dois anos. Preso em 18/09/1927, «por ter tomado parte no movimento de 7 de Fevereiro e trabalha ativamente para a organização de um movimento revolucionário»; libertado em 06/10/1927. Vigiado durante todo o ano de 1929.]

01897. Manuel da Silva Campos [1927, 1927, 1928]

[Salvador - Odemira, c. 1893. Sapateiro. Filiação: Joaquina Maria, José da Silva Campos. Casado. Residência: Rua Cidade Manchester, 23 - Lisboa. Desenvolveu, durante a 1.ª República, intensa atividade sindical associada à CGT, da qual foi Secretário-Geral. Integrou a Federação de Calçado Couros e Peles, foi delegado à Conferência Operária Nacional de 1917 e aos Congressos Operários de 1922 e 1925 e, entre 1923 e 1925, é o Diretor e redator principal do jornal "A Batalha". Preso no jornal "A Batalha" em 06/02/1927, seria libertado no dia seguinte pelos revoltosos do 7 de Fevereiro. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, «por suspeita de ser anarquista, visto o seu nome constar de uma relação da "União Anarquista Portuguesa"»; libertado em 06/06/1927. Preso em 17/02/1928, «por ordem superior», «acusado de ser anarquista»; libertado em 28/05/1928. Integrou, em 1935, o Comité Confederal da CGT, juntamente com Adriano Botelho, Emídio Santana e Joaquim Miquelino da Silva. Faleceu em 26/02/1954, com 61 anos, em S. Luís. onde se dedicava à agricultura.] 

01898. Manuel Henriques Rijo [1927, 1927, 1933]

[Manuel Henriques Rijo || F. 08/06/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Arruda dos Vinhos, 27/05/1897. Empregado de Escritório dos Caminhos de Ferro Portugueses. Filiação: Maria da Conceição Rijo, José Henriques Rijo. Viúvo. Residência: Rua das Freiras, 44 - Lisboa / Rua de S. Bento, 248 - Lisboa / Rua Carvalho Araújo, 157 - Lisboa. Envolveu-se desde muito novo na ação sindical, sendo um dos anarquistas mais em evidência nas primeiras décadas do século XX, com ação de destaque na Confederação Geral do Trabalho, no jornal "A Batalha" e na preparação da Greve Geral Revolucionária de 18 de janeiro de 1934. Começou como fator na estação de Santa Apolónia e, em 1920, está referenciado como «agitador dos ferroviários da C.P, fazendo parte da Delegação do Sindicato de Ovar»; no ano seguinte, participou, com Mário Castelhano, na greve de 1921. Delegado aos Congressos Operários de 1922 e de 1925, onde subscreveu várias teses, entre as quais “Condições de trabalho nas colónias” e “A defesa das mulheres e menores no trabalho”. Em 1926, entrou, com Mário Castelhano, para o Conselho Confederal de CGT, em representação da Federação Ferroviária e, depois, para o seu Comité Confederal, assumindo a administração de “A Batalha”. Na sequência do 28 de maio de 1926, foi preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 26/05/1927, quando integrava a «Federação Ferroviária», «por ser anarquista». Novamente preso em 26/10/1927, «por conspirar contra a Ditadura Militar, por ser conhecido como elemento avançado e ainda por ser ele e Mário dos Santos Castelhano os principais orientadores do movimento extremista». Deportado, em 15/11/1927, para África, seguiu, primeiro para Angola, onde terá permanecido cerca de três anos em Novo Redondo. Em 1931, estava com residência fixada no Arquipélago dos Açores, na ilha do Pico, tendo, em 26/02/1931, o Ministério do Interior autorizado o seu regresso. No entanto, terá permanecido no Arquipélago, envolveu-se na Revolta das Ilhas, despoletada pela Madeira em abril e voltou, em junho de 1931, ao Continente. Começou a trabalhar como escriturário no Sindicato dos Manipuladores de Pão, reassumiu o seu papel no Comité Confederal da CGT e, em abril de 1933, aparece descrito pelas autoridades policiais como «anarcossindicalista militante», encontrando-se fugido. Em julho de 1933, foi incumbido pela CGT de formar um Comité de Ação e seria considerado um dos principais responsáveis pela organização do movimento que levaria à greve de 18 de janeiro de 1934. Fracassada esta, não foi logo detido, acabando preso, por denúncia, em 15/08/1933. Levado, incomunicável, para uma esquadra, passou, em 12/09/1933, da 4.ª esquadra para o Aljube, com a indicação de ser «chefe anarquista na revolução de 18 de janeiro». Os seus “Autos de Declaração” datam de 10, 18, 19 e 21 de setembro e, em 23 de março de 1935, foi Julgado pelo Tribunal Militar Especial: condenado em sete anos de desterro, multa de catorze mil escudos e perda dos direitos políticos por dez anos, seguiu, em 23/04/1935, para a Fortaleza de S. João Batista, em Angra do Heroísmo. Em março de 1936, o seu filho, Adelino Vieira Rijo, requereu para lhe ser fixada residência no Continente, o que foi indeferido por despacho do Ministro do Interior de dia 24 do mesmo mês. Seguiu para o Tarrafal em 23/10/1936. Escreveu no Campo de Concentração um esboço biográfico de Mário Castelhano, aí falecido aos 44 anos. Regressou em 20/02/1945 e seria libertado na mesma data. Faleceu em agosto de 1974, com 77 anos de idade.]

[João Esteves]

quinta-feira, 23 de maio de 2024

[3429.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIV

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIV * 

01884. Valério da Cruz [1933]

[Preso pela PSP de Lisboa na Associação de Classe dos Descarregadores do Porto de Lisboa, em 20/12/1933, e entregue à SPS em 22/12/1933, acusado «de prejudicar o andamento normal dos trabalhos sobre a discussão do Decreto n.º 23050, respeitante aos Sindicatos Nacionais». Transferido, em 28/12/1933, da 1.ª esquadra para outra esquadra, na situação de incomunicável.]
[alterado em 24/05/2024]

01885. Francisco Xavier da Silva [1933, 1934, 1937]

[Francisco Xavier da Silva || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-4-NT-8904]

["O Chico Pedreiro". Barreiro, 29/06/1902. Pedreiro. Filiação: Maria Joaquina Xavier da Silva, Isidoro da Silva. Solteiro. Residência: Calçada da Mouraria, 9 - Lisboa. Preso em 1919, 1926, 1929 e 1930, acusado de crimes de delito comum. Preso pela PSP de Lisboa na Associação de Classe dos Descarregadores do Porto de Lisboa, em 20/12/1933, acusado de prejudicar o andamento normal dos trabalhos sobre a discussão do Decreto n.º 23050, respeitante aos Sindicatos Nacionais. Entregue à SPS em 22/12/1933. Transferido, em 28/12/1933, da 1.ª esquadra para outra esquadra, na situação de incomunicável. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Libertado em 13-14/01/1934. Preso em 01/05/1934, acusado de haver tomado parte na destruição de cartazes da Associação Escolar Vanguarda: «declarou-se anarco-sindicalista». Libertado em 09/08/1934, por ter sido despronunciado pelo TME. Preso em 28/01/1937, «para averiguações», recolheu à 1.ª esquadra; libertado no mesmo dia. Julgado pelo 1.º TMT em 20/03/1939, acusado de, juntamente com Armindo José Estevão, Fernando da Costa Tavares ("O Fernando do Talho"), José Maria Ferreira da Costa e Silva, Renato do Carmo Dias, Silvino Augusto Ferreira e Valentim Adolfo João, estar envolvido no atentado a Salazar ocorrido em 04/07/1937. Terá cedido a arrecadação onde foi guardado o material a utilizar na explosão. Condenado, à revelia, a seis anos de prisão maior celular, seguidos de doze anos de degredo ou, em alternativa, a 22 anos de degredo. Segundo Emídio Santana, morreu na Guerra de Espanha, na frente da Catalunha.]
[alterado em 24/05/2024]
[alterado em 25/05/2024]

01886. Armando Mendes [1933]

[Castanheira de Pera, c. 1901. Trabalhador de tráfego no Porto de Lisboa. Filiação: Helena de Jesus, João Mendes. Casado. Residência: Calçada de S. João da Praça, 11. Preso pela PSP de Lisboa em 20/12/1933 e entregue à SPS em 22/12/1933, acusado «de prejudicar o andamento normal dos trabalhos sobre a discussão do Decreto n.º 23050, respeitante aos Sindicatos Nacionais». Tal ocorreu na Associação de Classe dos Descarregadores do Porto de Lisboa, tendo o grupo que integrava procurado fazer o mesmo na Associação dos Choferes do Sul de Portugal. Transferido, em 28/12/1933, da 1.ª esquadra para outra esquadra, na situação de incomunicável. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Não se fez prova das acusações e foi libertado em 13-14/01/1934.]
[alterado em 24/05/2024]
[alterado em 25/05/2024]

01887. Silvano Nunes [1933, 1935, 1943, 1946]

[Silvano Nunes || F. 17/07/1943 || ANTT || RGP/1463 || PT-TT-PIDE-E-010-8-1463]

[Lisboa, 19/11/1904. Sapateiro / Servente CCFL -  Ajudante de Caldeireiro. Filiação: Maria da Conceição Nunes, Lourenço Nunes. Casado. Residência: Rua da Cruz dos Poiais, 66 - Lisboa / Rua da Paz, 53. Preso em 20/12/1933, «por haver tentado prejudicar o andamento normal dos trabalhos duma assembleia geral, levada a efeito na Associação de Classe dos Trabalhadores do Porto de Lisboa [...] para discussão do decreto 23.050, respeitante aos Sindicatos Nacionais». Transferido, em 28/12/1933, da 1.ª esquadra para outra esquadra, na situação de incomunicável. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Libertado em 13-14/01/1934. Preso em 01/08/1935, «por suspeita que tivesse cumplicidade nos manejos comunistas que o falecido Hermitério Machado há muito estava desenvolvendo na Companhia Carris». Levado para uma esquadra, seria libertado em 28/09/1935, «por falta de provas». Preso em 17/07/1943, recolheu ao Aljube e, em 23/10/1943, passou para Caxias. Regressou ao Aljube em 02/12/1943, seguiu para Caxias em 24/03/1943 e, em 22/06/1944, seria transferido para Peniche. Libertado em 04/10/1945. Preso em 07/06/1946, recolheu ao Aljube e foi libertado em 26/06/1946.]
[alterado em 24/05/2024]
[alterado em 25/05/2024]

01888. Américo de Oliveira [1933]

[Preso pela PSP de Lisboa e entregue à SPS em 22/12/1933. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Libertado em 13/01/1934.]
[alterado em 24/05/2024]
[alterado em 25/05/2024]

01889. António dos Santos Melo [1933]

[Preso pela PSP de Lisboa e entregue à SPS em 22/12/1933. Transferido, em 28/12/1933, da 1.ª esquadra para outra esquadra, na situação de incomunicável. Transferido, em 30/12/1933, de uma esquadra, onde estava incomunicável, para a 1.ª esquadra. Libertado em 13/01/1934.]
[alterado em 24/05/2024]
[alterado em 25/05/2024]

[João Esteves]

quarta-feira, 22 de maio de 2024

[3428.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXIII * 

01878. José Ferreira Ramalho [1933]

[Enviado de Beja deu entrada na SPS em 19-20/12/1933. Transferido, em 27/12/1933, da 13.ª esquadra para o Aljube. Libertado em 11/01/1934.]
[alterado em 24/05/2024]

01879. José António Ismael Grácias [1933]

[Enviado de Beja deu entrada na SPS em 19-20/12/1933. Transferido, em 25-26/12/1933, da 28.ª esquadra para a 22.ª. Transferido, em 27/12/1933, da 22.ª esquadra para o Aljube. Libertado em 11/01/1934.]
[alterado em 24/05/2024]

01880. José Francisco Jorge [1928, 1933]

[José Francisco Jorge || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

["O Jorge do Celeiro". Vouzela, c. 1881. Comerciante. Filiação: Maria do Carmo Balovas, José Francisco Balovas. Solteiro. Residência: Rua de Alcântara, 6 - Lisboa. Vigiado em 1928 e 1929, por ser considerado um organizador de civis no bairro de Alcântara, onde residia. Preso em 26/03/1928, «por fazer parte dum complô contra os senhores ministros»; libertado em 24/08/1928. Preso em 13/12/1933, «por suspeita de ter em sua casa, dentro duma pia tapada com cimento armado, vário material de guerra, não se tendo provado esta acusação». Transferido, em 20/12/1933, da 23.ª esquadra para os calabouços do Governo Civil. Libertado em 23-24/12/1933.]
[alterado em 24/05/2024]

01881. António dos Santos Costa [1933]

[Lisboa, c. 1900. Cauteleiro. Filiação: Lucília dos Santos Costa, José Francisco Costa. Solteiro. Residência: Rua da Esperança, ao Cardal. Preso pela SPS/Lisboa em 21/12/1933, «por ter dirigido frases ofensivas contra os agentes desta Polícia e contra o Estado Novo»; libertado em 27/12/1933.]

01882. Artur da Costa [1933, 1934]

[Lisboa, c. 1901. Cauteleiro. Filiação: Maria da Piedade. Solteiro. Residência: Rua Luz Soriano, 138 - Lisboa. Preso pela SPS/Lisboa em 21/12/1933, «por ter dirigido frases ofensivas contra os agentes desta Polícia e contra o Estado Novo»; libertado em 27/12/1933. Preso 13/04/1934 e enviado nesse dia pela PSP de Lisboa à SPS, por ter soltado vivas ao comunismo e às classes trabalhadoras quando detido por um delito comum. Evadiu-se em 16/04/1934.]

01883. Francisco Lázaro Barata [1933, 1935, 1940]

[Francisco Lázaro Barata || ANTT || RGP/1795 || PT-TT-PIDE-E-010-9-1795_P2]

[Bragança, 03/03/1914. Carniceiro. Filiação: Sofia Albertina Horta, João Batista Barata. Solteiro. Residência: Rua das Moreirinhas, 31 - Bragança / Travessa Nova Cintra, 97 - Porto / Rua Tomás  Gonzaga, 19 - Porto. Enviado pelo comando da PSP de Bragança, deu entrada na SPS, à ordem do TME, em 21/12/1933, recolhendo à 1.ª esquadra. Transferido para o Porto em 27/06/1934, a fim de ser julgado pelo TME em 28706/1934: era acusado de, em 22/07/1933, «ter dado vivas à Monarquia Portuguesa nas cadeias daquela cidade». Condenado a 10 meses de prisão correcional. Julgado à revelia pelo TME em 25/04/1935, acusado de, em 04/12/1934, «ser detentor de um punhal»: condenado a dois anos de degredo. Enviado pela Comarca de Vila Verde em 19/09/1935, a fim de cumprir a pena: levado para a 1.ª esquadra em 20/09/1935, seguiu para o Aljube em 02/11/1935, passou para Peniche em 29/11/1935 e, em 14/10/1936, entrou em Caxias, a fim de embarcar, em 17/10/1936, para Angra do Heroísmo. Libertado em 23/12/1938, por ter sido indultado, regressou em 06/10/1939. Preso no Porto em 19/05/1940, no âmbito do crime que envolveu, em Maio de 1940, o proprietário e capitalista António da Silva Freitas Gonçalves, encontrado assassinado numa das suas casas, na Rua do Bonjardim, 458, Porto, sendo acusados pela PVDE (antecessora da PIDE), sem provas fundamentadas, três galegos (os irmãos Vásquez Albela) e onze portugueses ligados ou próximos do Partido Comunista. Enviado para Lisboa em 08/09/1940, recolheu a Caxias. Julgado pelo TME em 22/03/1941, seria condenado a 8 anos de prisão celular, seguidos de 20 anos de degredo. Para cumprimento da pena, entrou na Penitenciária de Lisboa em 26/05/1941.] 

[Francisco Lázaro Barata || Porto, 20/05/1940 || ANTT || RGP/1795 || PT-TT-PIDE-E-010-9-1795_P1]

[João Esteves]

terça-feira, 21 de maio de 2024

[3427.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXII *

01870. Artur Rodrigues Costa [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 16-17/12/1933. Libertado pela SPS/Porto em 20-21/12/1933.]
[alterado em 22/05/2024]

01871. Bernardo Lopes [1927, 1928, 1928, 1931, 1933]

[Bernardo Lopes || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Elvas, c. 1860. Construtor civil. Filiação: Delfina de Jesus, José Maria. Casado. Residência: Rua Tomás de Anunciação, 53 - Lisboa. Preso em 30/12/1927, «por suspeita de ter ligações político-revolucionárias»; libertado em 01/01/1928. Preso em 06/01/1928, «por ser um dos mais perigosos propagandistas contra a situação e um dos principais organizadores dos grupos civis de Campolide e Campo de Ourique», ter «entrado em todas as revoluções», andar «armado de bombas na revolução de fevereiro» e «ter feito 3 mortes por motivos políticos». Libertado em 09/04/1928, era vigiado nas suas movimentações. Preso em 26/07/1928, «por ter saído duma casa aonde foram apreendidos três caixotes com bombas, no que era conivente». Deportado para Angola em 21/08/1928. Autorizado a regressar por um ofício do Ministério do Interior datado de 09/10/1930, apresentou-se na Polícia em 10/11/1930. Preso em 20/05/1931; libertado em 22/05/1931. Preso em 11/12/1933, deu entrada na SPS em 16/12/1933, enviado pelo Administrado do Concelho de Tondela, por suspeita de aliciar indivíduos para um movimento revolucionário. Libertado em 03/02/1934.]

01872. Leopoldo Juca de Albuquerque e Melo [1927, 1931, 1931, 1933]

[Lisboa, c. 1905. Camiseiro. Filiação: Leopoldina rosa Albuquerque Melo, Júlio Máximo Ramos Melo. Solteiro. Residência: Rua Possidónio da Silva, 33, 2.ª porta - Lisboa. Preso em 30/07/1925, «por haver a suspeita de que pretendia atentar contra a vida do 2.º Comandante da PSP». Preso em 23/02/1927, «por ter assaltado uma esquadra de Polícia»; entregue, em 25/02/1927, à Polícia Militar. Preso em 25/02/1931, «por insultar a Polícia». Teria participado no movimento revolucionário de 26/08/1931, tendo sido ferido por estilhaço de granada junto ao Rato. Esteve internado no Hospital de Arroios, de onde passou, em 30/09/1931, para a Seção de Justiça e Informações do Comando da PSP de Lisboa. Como nada se provasse, foi libertado em 03/11/1931. Entregue pela PSP de Lisboa à SPS em 12/06/1933, acusado de  afixar panfletos subversivos na Rua Saraiva de Carvalho. Transferido, em 17-18/12/1933, do Aljube para a 1.ª esquadra. Transferido, em 19/12/1933, da 1.ª esquadra para o Aljube.  Julgado pelo TME em 10/03/1934, acusado de, em junho de 1933, ter distribuído «panfletos de propaganda subversiva», seria condenado a 360 dias de prisão correcional. Libertado em 19/06/1934, por ter terminado o cumprimento da pena imposta pelo TME.]

01873. António dos Santos [1933]

[Lisboa, c. 1908. Eletricista. Filiação: Maria da Conceição, António dos Santos. Solteiro. Residência: Rua da Barroca, 104. Preso pela SPS/Lisboa em 19/12/1933, «por suspeita de ser o distribuidor do manifesto clandestino "A Greve" e de ter ligações comunistas». Transferido da 7.ª esquadra para a 1.ª em 22/12/1933. Libertado em 23-24/12/1933.]
[alterado em 23/05/2024]
[alterado em 24/05/2024]

01874. Manuel Centeno Passos [1933]

[Enviado pelo TME, deu entrada na SPS/Lisboa em 18/12/1933. Recolheu à 1.ª esquadra à ordem daquele Tribunal.]

01875. Eduardo António Pereira [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 18-19/12/1933. Libertado pela SPS/Porto em 20-21/12/1933.]
[alterado em 22/05/2024]

01876. Manuel António de Carvalho [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 18-19/12/1933. Libertado pela SPS/Porto em 20-21/12/1933.]
[alterado em 22/05/2024]

01877. Serafim Ramada [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 18-19/12/1933. Libertado pela SPS/Porto em 20-21/12/1933.]
[alterado em 22/05/2024]

[João Esteves]